Já
não basta ao Norte, ser a zona do País, onde a taxa de desemprego é a mais
elevada, onde a mão-de-obra é a menos qualificada, onde existe o maior número
de desempregados de longa duração, agora o Governo resolveu, através de
políticas centralistas, retirar tudo o que pode da Área Metropolitana do Porto,
além de “ir à carteira” dos nortenhos.
Vejamos:
Começou com a
centralização da gestão do Porto de Leixões – Matosinhos.
O porto de
Leixões representa atualmente cerca de 25% do comércio externo português e os
mais recentes indicadores confirmam que se trata de um equipamento com
resultados crescentes, quer em termos do volume de tráfego, quer em termos de
eficiência, em contraste com o cenário de retração da economia regional e
nacional.
Os bons
resultados apresentados pelo porto de Leixões só foram possíveis pelos
investimentos feitos ao longo dos últimos anos com fundos resultantes das suas
próprias atividades e com outros financiamentos públicos, numa demonstração de
que o porto de Leixões gera lucros significativos que são reinvestidos em
grande parte para aumentar a capacidade instalada e que a gestão e
investimentos públicos têm inequívocas vantagens.
Este
equipamento tem sido alvo de investimentos anuais na ordem dos 32 milhões de
euros e, segundo o Plano Estratégico de Transporte, nos próximos anos está
previsto gastar 450 milhões de euros de dinheiros, no alargamento do terminal
de contentores sul (30 milhões de euros), construção de novo terminal de
contentores com fundos de -14m (160 milhões de euros), no aprofundamento dos
fundos de serviço no Terminal Multiusos, de -8,50m para -10m (21,5 milhões de
euros), na construção da Plataforma Logística Portuária de Leixões (180 milhões
de euros), no novo Terminal de Cruzeiros de Leixões (49,7 milhões de euros), na
aquisição de dois rebocadores de 60 toneladas (8,3 milhões de euros).
A perspetiva
de constituição de uma holding para proceder à gestão de todos os portos
nacionais, incluindo do porto de Leixões, insere-se no objetivo de entrega
destes equipamentos estratégicos para a economia nacional a grandes grupos
económicos, o que vai fazer com que os excelentes resultados alcançados se
diluam pela gestão integrada dos 10 portos existentes em Portugal.
Seguiu-se a deslocalização
do Programa “Praça da Alegria” para Lisboa deixando, assim de ser produzido no
Centro de Produção do Porto, no Monte da Virgem em Vila Nova de Gaia.
Sem saber todos os pormenores, apenas recolhendo as
informações disponíveis, vejo que querem acabar com um programa de êxito com
mais de 18 anos. Querem acabar com a RTP Porto aos poucos, fechar ao mundo uma
região com imensa população. Substituir um programa de 3 horas diárias que dá
lucro, que chega a todo o país, que chega a todo o Mundo, por um programa
semanal de duas horas. O Programa “Praça da Alegria” tem um perfil familiar,
transversal, mais regional, mais virado para o País e para a identidade
portuguesa.
Passou-se à concessão por 50 anos da ANA, o que
vai acontecer ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro – Matosinhos/Maia?
O Governo decidiu no passado dia 27/12/12
atribuir a concessão, por cinquenta anos, da ANA, a um grupo francês – Vanvi,
cujo grupo gere 9 aeroportos em França e 3 no sudoeste asiático – a qual vai
passar a gerir 10 aeroportos nacionais. O Aeroporto Francisco Sá Carneiro é
um ativo estratégico da região e do país. Foi o aeroporto português que mais
cresceu quer em número de passageiros, quer em termos de resultados económicos,
apresentando de uma forma sustentada, resultados bem rentáveis. O Aeroporto
Francisco Sá Carneiro juntamente com o porto de leixões, são investimentos
públicos de enorme alavancagem estratégica para o Noroeste Peninsular.
É alarmante o facto do
Governo, não ter na sua constituição um ministério da Cultura, não deixa de ser
preocupante o facto desse mesmo Governo, efetuar a redução em 30% do orçamento
previsto para o próximo ano para a Casa da Música – Porto, como forma de
esvaziamento da oferta cultural no Norte.
A Casa da Música, é um
ícone do Porto, da Área Metropolitana do Porto, bem como de toda a região
Norte, e o seu estrangulamento financeiro é um nó na garganta de todos os seus
cidadãos que pagam os seus impostos contribuindo assim para que o governo
assegure as condições financeiras para que tenham acesso à cultura, sem terem
que se deslocar a pavilhões na região sul do país.
A Casa da Música
trabalha com todas as músicas e para todos os públicos, além de abrigar nas
suas instalações, o “som de rua”, magnífica orquestra de população sem teto, ao
mesmo tempo que acomoda a orquestra sinfónica do Porto.
Apesar destas
constatações estarem a ocorrer aos olhos de toda a gente, onde estão algumas
“vozes fortes” em defesa da Área Metropolitana e do Norte do País? Será que
ficaram “roucas” e já não se ouvem? Ou será que agora não convém levantar a
voz?
Votos de excelente e
próspero2013!