domingo, 28 de fevereiro de 2010

Há Dinossauros, em Portugal?

Permita-me que nesta crónica, possa partilhar consigo um episódio que se passou numa das minhas recentes participações em simpósios, com jovens estudantes do ensino superior, quando uma jovem usou da palavra, para solicitar um esclarecimento/ informação, quanto a uma dúvida que a perseguia:

Porque é que autarcas com mais de 30 anos, a exercer funções de Presidente de Junta, são denominados “dinossauros”?


 
Comecei por explicar que os dinossauros surgiram no nosso Planeta na Era Mesozóica, conhecida por isso como Era dos Grandes Répteis. Esta, durou de 248 milhões a 65 milhões de anos atrás. Os dinossauros surgiram há aproximadamente 220 milhões de anos, e dominaram o planeta durante toda a Era Mesozóica.

Assim e de acordo com o Dr. Octávio Mateus “Portugal, é um dos ícones mundiais de paleontologia e o sétimo país com maior número de géneros de dinossauros, 25 no total.”

Fazendo uma analogia, os denominados “dinossauros”, vão-se mantendo no poder, porque em mandatos cuja gestão municipal, foram de partidos diferente do seu, nunca foram ostracizados, discriminados, nunca ficaram sem duodécimos, apenas por “pensarem” de forma diferente (antes pelo contrário, foram mais apoiados que os outros fazendo muitas vezes o “jogo do poder”, invocando, para se legitimarem, “no interesse das populações”, que é, na verdade, o argumento básico para justificar a defesa dos seus próprios interesses); quando a gestão municipal, é da mesma cor que a sua, tinham “ascendência” sobre outros e conseguiram convencer a gestão municipal a apoiá-los mais e a penalizar os outros.



Mas então, o que os faz sair do seu estado normal de hibernação?

Diria, que apenas duas coisas:

A primeira o instinto natural de sobrevivência, ou seja quando o “chefe” manda, o “dinossauro”, avança; outra, na defesa da sua própria “imagem”.

Contudo, há “dinossauros”, que há medida que os anos avançam, vão ficando com um sentimento de tristeza de um desejo incumprido, uma vereação inalcançada e, às vezes pior, de um ciclo de inveja por lá terem chegado aqueles que eles não queriam. Aliás, há quem diga que o sucesso não se mede pelo sítio onde se chegou, mas pelo sítio onde se ambicionou chegar…

Diria, que os “dinossauros”, passaram a ter os seus dias contados, com a publicação da Lei de Limitação de Mandatos, Lei 46/2005, de 29 de Agosto estes, no máximo, só podem permanecer nos cargos 12 anos…. Contudo, há ”dinossauros”, cujas prioridades que têm para as Freguesias que gerem, não dependem da sua competência, mas de uma visão de desenvolvimento regional sustentada e enquadradora de políticas Governamentais, que defendem a melhoria da qualidade de vida das populações, (por exº, a extensão da linha de Metro a Stº Ovídeo…). Ou então, estes mantêm-se nos cargos, por vezes, tendo a população que se exprimir livremente e que optar, entre um candidato desconhecido ou um “dinossauro”, optam pelo mais conhecido, por vezes, sem levar em linha de conta, se este é ou não o mais competente. Aliás, se fossem assim tão bons como apregoam, seria sinal de distracção das chefias, que ainda não encontraram esse valor, a ponto de os manter, a contragosto, onde não queriam estar. É caso para dizer “… só estou bem, onde não estou…”

Depois deste breve esclarecimento, a jovem aluna, (uma das mais interessadas, durante o Simpósio), pediu novamente a palavra, para perante toda a Assembleia, divulgar que, no futuro, tudo iria fazer para combater livremente os “dinossauros”, pois receava que alguns “cristalizassem”, logo, não poderiam sequer aspirar aceder a outros “voos”, pois tinham perdido o “TGV”, do desenvolvimento operado nos últimos 30 anos….

E assim, ficaram a saber que há “dinossauros”, em Portugal…

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