Caras (os) Leitores.
Em sequência das minhas últimas crónicas relacionadas com o associativismo, intituladas “Tipos de apoio ao movimento Associativo”, pude verificar, que ao longo destes 36 anos de Liberdade, verificou-se um substancial aumento do número de instituições, sejam elas de cariz cultural, desportivo, recreativo e social (as mais “clássicas”); bem como emergiram outros tipos de associativismo: de consumidores; de apoio à vítima; juvenil e de estudantes; ambiental e ligados à ecologia; de pais e da família; da pessoa com deficiência; a partir da década de oitenta do século passado, verifica-se o crescimento exponencial das Instituições Particulares de Solidariedade Social, (IPSS); tudo isto, para referir que o poder político, sempre apoiou financeiramente ou de outra forma, o movimento associativo, fazendo com que este se fortalecesse e contribuísse para fomentar na população, o gosto pelas artes, pelo desporto, pelo recreio e pela solidariedade, neste nosso país.
Vem isto a propósito de uma carta que as instituições do Município de Gaia receberam, do executivo camarário, informando as respectivas direcções, que não haverá apoio ao movimento associativo nos próximos 2 (dois anos).
Tal atitude, não deixa de ser estranha, além de todos percebermos o seu limite temporal…
Se, o Município de Gaia, (como é do conhecimento público), é o segundo que mais deve (270 milhões de euros…) e dos que mais tarde paga a fornecedores, (12 meses…), porque razão tem que ser o movimento associativo, (que tão relevante serviço presta ao Município), a “pagar a factura”?
Apesar de sabermos que a conjuntura económico-financeira, não é a melhor, (também sabemos que o excessivo débito da câmara, é anterior à crise que assolou o Mundo, a Europa e Portugal em especial, pelo que nada tem a haver com esta crise global, que Portugal e o resto do mundo, estão a sentir); mas, porque não dá a câmara um “sinal” de contenção e de solidariedade com o difícil momento que as instituições de Gaia estão a atravessar e reduz o número (exagerado) de assessores e outros que tais, que “povoam” a câmara e as várias empresas municipais? (com todas as “mordomias” implicadas e cujos elevados custos, são suportados pelo orçamento municipal; ou seja, através da cobrança de taxas e licenças elevadas e dos nossos impostos…).
Estou certo que se a câmara, efectuasse uma redução destes, pensando em termos de rendibilidade, eficácia e de eficiência, e com esses milhares de euros “poupados”, (em despesa corrente) e os investisse nas colectividades, (despesa de capital) teríamos, certamente, um município mais solidário, além de um movimento associativo mais sustentado …
Por outro lado, não se compreende, como o numeroso e rico (devido à diversidade e qualidade) movimento associativo de Gaia, não veio, ainda junto da opinião pública, levantar a sua indignação e protesto, com o que o executivo municipal lhes está a fazer?
Será que a direcção da Associação das Colectividades de Gaia, concorda com esta situação?
Será que esta direcção foi “aconselhada” a fazer de conta que “não sabe de nada” e por isso não informa a população do que se está realmente a passar, em Vila Nova de Gaia? (pois caso contrário, poderá ficar sem comparticipações financeiras da câmara até 2013?... embora esta anómala situação, a efectivar-se, poderá “complicar” os próximos resultados eleitorais de Outubro de 2013 e a ambição daqueles, que já se estão a perfilar; pelo que, é melhor que esta situação, não se verifique…)
De facto, o que fizeram “de mal”, as instituições de Gaia à câmara, para ficarem (como “castigo”), sem comparticipações financeiras, durante 2 (dois) anos?
Não será esta mais uma medida do executivo municipal, tipo a “suspensão da taxa de acessos”, (mais conhecida como taxa das rampas), que ficou suspensa, por 2 (dois) anos (… 2009 e 2010…), vá-se lá saber porquê?
Atendendo a estas dúvidas, questiono: será que impera em Gaia, a “Lei da rolha”?
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