O ano de 1972 ficou assinalado na Irlanda do Norte pela enorme quantidade de sangue derramado, na defesa dos direitos cívicos para os cidadãos católicos.
Nesse ano, 470 pessoas foram mortas, das quais 14 perderam a vida a 30 de Janeiro de 1972, numa manifestação não autorizada, na segunda maior cidade da Irlanda do Norte, Londonberry, da província de Ulster. Esse dia ficou assinalado como o “domingo sangrento”. Nesta época, o Reino Unido era governado pelo Primeiro-ministro conservador, Edward Heath.
Só em 1998, com a chegada do Trabalhista Tony Blair ao cargo de Primeiro-ministro, foi possível a abertura de novo inquérito sobre o que se tinha passado naquele domingo sangrento, em que tinham perdido a vida 14 pessoas. Tony Blair comprometera-se com o processo de paz na Irlanda do Norte, devido à forte pressão popular.
Entre Abril de 1998 e Novembro de 2004 a Comissão de Inquérito, ouviu 900 testemunhas e recebeu 2.500 depoimentos escritos, sobre o domingo sangrento. Concluindo que, nesse domingo de Janeiro de 1972, morreram inocentes, na Irlanda do Norte.
De referir ainda, que esta clivagem entre protestantes unionistas e católicos nacionalistas, se arrasta desde 1969, tendo provocado mais de 3.600 mortes, muitas das quais provocadas pelo Exército Republicano Irlandês – IRA.
Como forma de assinalar esta “data sangrenta”, e para que tal não se volte a repetir, a banda musical irlandesa U2, em 11 de Março de 1983, lançou o álbum “War”, no qual a primeira faixa intitulada “Sunday Bloody Sunday”, cuja letra descreve os horrores do incidente do domingo sangrento em Londonberry, onde as tropas britânicas atiraram e mataram manifestantes inocentes de direitos civis.
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