Numa altura, em que o maior partido da oposição, critica o investimento público do Governo, na compra de 503 novas viaturas para as forças de segurança, (GNR e PSP), pelo valor de 7 milhões de euros. Em Gaia, o executivo da câmara, de maioria PSD, decide renovar a “sua” frota automóvel…
Atendendo a que o executivo municipal, é constituído, por 3 eleitos pelo PS e 8 pela coligação de direita, PSD/PP; este delibera o que quiser, independentemente do sentido de voto dos vereadores do PS. (espero que os eleitos pelo PS, não sejam discriminados, como o foram, 5 presidentes de junta, no mandato anterior…).
Mas, considerando que é do conhecimento público, que:
o município de Gaia é dos 305 municípios portugueses, o que tem o segundo maior endividamento, cerca de 280 Milhões de euros;
é daqueles municípios, (cinco), que paga a fornecedores, a 1 ano, (365 dias); podendo com este atraso, levar ao encerramento de empresas e com isso contribuir para o aumento do número de desempregados;
é daqueles municípios que, apesar dos Deputados na Assembleia da República, terem aprovado uma lei que impede a cobrança do aluguer de contadores da água; alterou a designação para “taxa de disponibilidade”, continuando a obter uma receita adicional;
é o município, que tem o maior número de desempregados da Área Metropolitana do Porto; da Região Norte e do País, com cerca de 25.000 Gaienses, o que representa, cerca de 8,5% do número total de habitantes do município;
é o município, que numa altura em que as famílias atravessam um período de graves dificuldades, (de emprego, financeiras e outras), resolve aumentar, para os valores máximos, todas as taxas, licenças e impostos; que os contribuintes Gaienses pagam nos serviços camarários, empresas municipais ou nas Finanças, que contribuem para “engrossar” as receitas do Município.
Pelo que fiquei surpreendido, (pela negativa), quando o executivo, na sua reunião do passado dia 1 de Setembro, decidiu não adquirir, (pelo valor residual) viaturas com 4 anos, que se encontram actualmente ao serviço do município, em sistema de leasing (o que seria uma despesa de capital); preferindo passar a pagar mensalmente uma “renda de utilização” de novas viaturas, o que vai onerar muitíssimo as despesas correntes, nos próximos anos…
Será, que foi para ajudar a câmara a pagar a “renda de utilização” das novas viaturas (desnecessária), que as juntas de freguesia, para serem “solidárias com o município”, no actual semestre, deixaram de ter competência delegada do município, para efectuar pequenas reparações nos estabelecimentos de ensino, (jardins-de-infância e nas escolas básicas – 1), tendo a câmara poupado 66.500,00€?;
Ou será, que para a câmara poder pagar a renovação da frota automóvel, as instituições de Gaia, (com excepção das Associações Humanitárias; do TEP e da Fundação Porto – Gaia (vá-se lá saber porquê? …)), deixam, nos próximos dois anos, de receber comparticipações financeiras do município?
Ao mesmo tempo, que esta estranha e anómala situação ocorre, as instituições desportivas, além de não receberem comparticipações financeiras, passam a pagar a utilização de pavilhões municipais, para treinos, 35% do valor hora (25€), 8,75€ e para jogos, 50% do valor hora, 12,50€, para qualquer escalão e para qualquer modalidade…
Em consequência do despesismo dos últimos anos e, numa altura, em que os recursos financeiros da câmara não são o que eram, (em 1997, o débito do município, era de 3,5 Milhões de euros), quero contribuir para que a câmara arranje dinheiro e honre os seus compromissos, ao pagar as “rendas” mensais da “sua” nova frota automóvel.
Assim e enquanto Gaiense, apresento a seguinte sugestão, ao executivo municipal:
Porque não agrupa por zonas, as 24 freguesias, (litoral; fluvial; central e interior); e contrata empresas prestadoras do serviço de jardinagem, de Gaia, (ajudando estas PME’s e com isso, contribui para a defesa e manutenção de postos de trabalho, além de alavancar a economia local); em vez de transferir 475.000,00€ para as juntas de freguesia?
Ao mesmo tempo que os Gaienses “apertam o cinto”, a câmara, na tentativa de passar a imagem (Para os gaienses? Para o interior do partido? Para “mostrar serviço”? ou já, para projectar alguém?); de que aqui se vive “num oásis”; resolveu renovar a “sua” frota automóvel….
Afinal, a crise, (quando chega), não é para todos….
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