É cada vez mais importante para a sustentabilidade de uma sociedade, a existência de um sistema integrado de transportes colectivos. Este, não só é uma garantia de uma melhor qualidade no transporte de pessoas, como também, uma melhoria das condições ambientais nas médias e grandes cidades, ao reduzir a dependência do uso da viatura privada.
Vem isto a propósito, do recente (criado em 1 de Setembro de 2009), Sistema Intermodal de Transportes Públicos da Área Metropolitana do Porto.
Quais as vantagens deste Sistema?
Possibilitar que com o mesmo título (bilhete), os cidadãos possam utilizar o Metro, (nas suas 6 Linhas) e o funicular dos Guindais; o comboio, (em 3 Linhas); os autocarros da STCP, (nas suas 83 Linhas) ou privados, respectivamente: Resende, 3 Linhas; Valpi, 2 Linhas; ETG, 2 Linhas; Maia Transportes, 1 Linha e Espírito Santo, 1 Linha); permitindo-lhes poupar dinheiro, nas suas deslocações e dispendendo menos tempo em transportes.
Acresce a tudo isto, a existência de um Tarifário Social: para crianças, estudantes e idosos, existindo, ainda, o Título de transporte 4-18 anos e Título de Transporte sub23, ambos com desconto de 50% no custo do tarifário normal.
Mas, centremo-nos na realidade de Gaia.
Em Gaia, sem contar com o Metro (que apenas abrange a zona urbana de duas Freguesias); com o comboio, que abrange parte das Freguesias da orla marítima; com a STCP, (com as suas 12 Linhas) e com a empresa Espírito Santo a efectuar ligações de/para Afurada/Porto; verifica-se que há um grande número de Freguesias (da orla fluvial; do interior do Município), cujos cidadãos estão impossibilitados de utilizarem este novo Sistema Intermodal, denominado vulgarmente, Andante, o que os leva a “saltos” entre vários meios de transporte e diferentes bilhéticas para chegar ao destino.
E isto, porque, parece não haver vontade política por parte da Câmara e de outros actores institucionais, para coordenar uma verdadeira política de transportes, ajudando assim a população a poupar nas despesas de transporte. Para além da poupança, criar-se-ia um verdadeiro sistema integrado de transportes, numa lógica de rede intermodal, onde coexistissem os diferentes meios de transporte e de operadores, não num modelo de sobreposição, mas num modelo de interdependência e de complementaridade.
Este novo modelo implica cautelas na gestão das linhas e das concessões; a nova rede não pode resultar em formas de prejuízo para aqueles que já operam no nosso município há décadas, (que geram emprego e receitas fiscais), nem em formas de perpetuação de lógicas de “capela” (em vez da necessidade lógica da rede). Este novo modelo deve resultar na criação de um sistema integrado e justo, que a câmara pode definir, em parceria com os vários operadores.
Só a 10 de Março de 2010, a câmara começou a interessar-se pelo assunto, tendo escrito ao Administrador Delegado dos Transportes Intermodais do Porto – (TIP), a saber quais os “entraves” dos operadores privados em aderir ao Andante?
Considero que não vale a pena andar com o exibicionismo de uns eléctricos para uma ou outra linha, se todo o resto do concelho definha na sua rede de transportes.
É URGENTE, a generalização do Andante a todo o Município de Gaia, numa perspectiva de rede integrada e articulada de transportes (públicos e privados), tendo por objectivo criar boa mobilidade em Vila Nova de Gaia. Afinal, não basta dizer que somos um dos maiores concelhos do País, é necessário ter a melhor qualidade de vida do País.
É pena que tambem a UT Carvalhos não tivesse também aderido, é das empresas que mais caros são as passagens, e mais agora que estão a cortar algumas carreiras, se servem agora vao servir muito pior
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