Embora o Carnaval tenha anos de tradição no Brasil e no mundo, este acontecimento, não começou com escolas de samba a desfilar pelas ruas e com mulheres bonitas a sambar com fantasias superproduzidas. A história da festa que hoje mobiliza milhões de pessoas durante o ano tem um início controverso: alguns dizem que já existiam comemorações parecidas nas sociedades greco-romanas e egípcias da antiguidade, e outros argumentam que o verdadeiro carnaval nasceu na Idade Média, com o surgimento da Quaresma criada pela igreja Católica.
O carnaval é uma festa que se originou na Grécia em meados dos anos 600 a 520 Antes de Cristo Através dessa festa os gregos realizavam os seus cultos em agradecimento aos deuses pela fertilidade do solo e pela produção. Desde 590 Depois de Cristo, passou a ser uma comemoração adotada pela Igreja Católica.
O carnaval na Antiguidade era marcado por grandes festas, onde se comia, bebia e participava de alegres celebrações e busca incessante dos prazeres. O Carnaval prolongava-se por sete dias nas ruas, praças e casas da Antiga Roma, de 17 a 23 de dezembro. Todas as atividades e negócios eram suspensos neste período, os escravos ganhavam liberdade temporária para fazer o que em quisessem e as restrições morais eram relaxadas. As pessoas trocavam presentes, um rei era eleito por brincadeira e comandava o cortejo pelas ruas (Saturnalicius princeps) e as tradicionais fitas de lã que amarravam aos pés da estátua do deus Saturno eram retiradas, como se a cidade o convidasse para participar da folia.
De acordo com o autor de "O livro de ouro do carnaval brasileiro", Felipe Ferreira, as comemorações pagãs antes de Cristo foram precursoras de todo o tipo de festa pública e não apenas do carnaval. Neste seu livro, refere que as festas em homenagem à Deusa Isis ou ao Deus Baco, por exemplo, incluíam pessoas mascaradas, bebidas e outros excessos. Mas foi só nos primeiros séculos da era cristã que existem relatos mais detalhados de festas que juntam máscaras, fantasias e desfiles.
Segundo ele, nesse sentido, o conceito de carnaval é duplo, podendo significar tanto um espírito festeiro, que se pode manifestar em qualquer época do ano, quanto o carnaval em si. “Em suma, no carnaval existe carnavalização, mas nem toda carnavalização é um carnaval”, escreve.
No ano de 604, o papa Gregório I definiu que, num período do ano, os fiéis deveriam dedicar-se exclusivamente às questões espirituais. Seriam 40 dias em que se deveria evitar sexo, carnes vermelhas e festas. Quase quinhentos anos depois, a irmandade católica definiu as datas oficiais da chamada 'Quaresma', e o primeiro dia dela se chamaria ‘quarta-feira de cinzas’. Porém aconteceu que os dias antes dessa quarta-feira começaram a ser de intenso consumo de carnes, bebidas e de festa. A esse período deu-se o nome de ‘adeus à carne’, ou ‘carne vale’ em italiano, que, depois, passou a ser ‘carnevale’.
“As ruas enchiam-se de gente fazendo tudo aquilo que não se devia ou não se podia fazer durante o resto do ano. [...] O que dava o caráter especial ao carnaval era a grande concentração de brincadeiras num mesmo período, a proximidade com a longa abstinência com a Quaresma e o fato de a coisa toda ter dia e hora marcados para acabar”, escreve Felipe Ferreira.
Os dias de festa antes da Quaresma passaram a ser apoiados, embora não oficialmente, pela própria igreja, que dessa maneira podia cobrar mais rigor religioso no período pós-folia. Durante a Idade Média, o 'bota-fora' para a Quaresma tinha máscaras e fantasias. As mais comuns eram de urso e de homem selvagem. Nas peças teatrais, que se tornaram uma das principais atrações das comemorações carnavalescas, o 'Senhor Carnaval' lutava contra a 'Dona Quaresma'. Nessa época, os jovens eram os grandes organizadores das brincadeiras de carnaval, formando grupos (as 'sociedades alegres') e apresentavam-se à cidade. Com o passar do tempo, as festas antes da Quaresma tornaram-se mais elaboradas e elitizadas. Em Veneza, por exemplo, a temporada passou a começar no início de janeiro. No período iluminista, até óperas celebravam o carnaval italiano e os mascarados andavam por toda a parte de Veneza. Em França, o Rei Luís XIV comandava ele próprio bailes nos salões reais.Mas a invenção do carnaval como o conhecemos hoje, com bailes e desfiles de fantasiados, aconteceu em Paris do séc XIX, mais precisamente em 1830. “Os donos do poder parisiense rapidamente perceberam os prazeres e as lucrativas negociações que poderiam resultar das festas carnavalescas” escreveu Felipe Ferreira. A burguesia parisiense passou a patrocinar os maiores bailes a fantasia da temporada e surgiu a noção de mistura entre as classes sociais. Foi esse modelo de carnaval que mais tarde seria adotado no Brasil.
Depois deste breve resumo sobre a história do Carnaval, resta-me dar os parabéns a todas as instituições, grupos populares e algumas Juntas de Freguesia, que apesar da crise que o País está a atravessar, não deixam de transmitir às gerações futuras, as nossas tradições populares.
Por tudo isto e mesmo sem tolerância de ponto…tenha um Animado Carnaval/2012…
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