De acordo com dados públicos, o
desemprego em Gaia duplicou nos anos de 2001 a 2011, sendo atualmente o número
de “coisos” (desempregados) de 31 mil,
ou seja, cerca de 10,3% do número total de habitantes em Gaia, sendo o mais
elevado número de desempregados, desde sempre, do distrito do Porto, da região Norte
e do País.
Certamente que este flagelo social tem
uma série de explicações, entre as quais uma, nada despiciente, que se prende
provavelmente, com o facto de não haver uma efetiva e verdadeira preocupação
política com o emprego, nem com as condições de trabalho dos Gaienses, por
parte dos responsáveis municipais.
De acordo com dados tornados públicos,
as características dos desempregados de Gaia, são as seguintes: mão-de-obra não
qualificada, baixo grau de habilitações literárias e, na sua maioria, desempregados
de longa duração, (há mais de um ano), tudo isto faz um compósito que faz com
que seja muito difícil a estes desempregados regressarem, num curto espaço de
tempo, ao mercado de trabalho.
Atendendo que, quando o município
consegue atrair investimento privado, criando postos de trabalho, os “louros”
vão para o município, numa altura em que quase todos os dias o número de
desempregados em Gaia aumenta, é justo perguntar, o que é que o município tem
feito para debelar este flagelo?
Recordo, aliás, que mesmo quando há captação
de investimento, com a consequente criação de postos de trabalho, verificamos
que o pessoal operacional/auxiliar é do município, mas os cargos de chefias são
oriundos de municípios da Área Metropolitana do Porto, o que vem dar
sustentabilidade ao acima referido sobre as características dos desempregados
do município de Gaia.
Mas, voltando ao papel catalisador do
município em minimizar o número de “coisos” e de estar preocupado com a taxa de
empregabilidade dos seus concidadãos, seria bom que Gaia tivesse, à semelhança
de outros municípios, políticas locais de emprego geradoras de emprego,
políticas que incrementassem a criação de emprego de nano, micro ou pequenas
empresas, bem como, políticas de incentivo à criação do autoemprego.
Será que os valores cobrados, pelo
município, a uma empresa de jovens empreendedores, que pretendam instalar-se e
criar postos de trabalho, numa qualquer zona industrial do município; tem o
mesmo custo em Gaia do que, por exemplo, em Santa Maria da Feira, Matosinhos,
Maia ou Vila do Conde?
Será que os custos indiretos associados,
com taxa de IMI, consumo de água, taxa de saneamento indexada, acessibilidades,
entre outros fatores, não são considerados e levados em conta, aquando da
instalação de uma unidade industrial em Gaia?
Será que em vez de se lançarem pontes e
túneis para os próximos 15 anos, não será mais importante, no imediato, tratar
das condições de empregabilidade dos gaienses e da necessária redução da taxa
de desemprego, em Gaia?
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