Depois
de ter lido a notícia do JN no passado dia 18 de junho, intitulada “Gaia perde
para o Santo António”, a desclassificação do Serviço de Urgência Polivalente a
Urgência médico-cirúrgica, hoje não podia deixar de abordar este tema nesta
minha crónica.
O
Centro Hospitalar de Gaia/Espinho é hoje um Centro de referência de âmbito
nacional e nalgumas especialidades, de âmbito internacional, refira-se a título
de exemplo, o serviço dirigido pelo Prof. Dr. Vasco Gama.
O CHVNG/E tem atualmente uma lotação
de 558 camas, divididas por várias especialidades, sendo visitado diariamente
por mais de 2.000 utentes. O CHVNG/E possui um Serviço de Urgência Polivalente,
que garante uma resposta altamente diferenciada às situações de emergência e
recebe uma média diária de 500 utentes/dia.
O CHVNG/E serve, preferencialmente,
a população da área de influência que lhe está atribuída pelas redes de
referenciação hospitalar, cerca de 700.000 habitantes. Para todas as especialidades,
assiste os Municípios de Gaia e de Espinho, com cerca de 330 mil habitantes.
Para as especialidades de diferenciação intermédia, serve os Municípios de
Entre Douro e Vouga, com mais 350 mil habitantes. Contudo, para as
especialidades de elevada diferenciação, acolhe as populações de todos os
Concelhos a Norte do Rio Vouga. Hospital central da Região de Entre Douro e
Vouga, tem todas as valências básicas, intermédias, diferenciadas e quase todas
as altamente diferenciadas.
Atualmente, o CHVNG/E é um dos
principais complexos assistenciais do Norte do País, sendo composto por três
Unidades, respetivamente:
Em Gaia,
localizam-se a Unidade 1 – antigos
Sanatório D. Manuel II e Hospital Eduardo Santos Silva, no Monte da Virgem.
Está aqui localizada a prestação de cuidados de saúde em regimes de
internamento, ambulatório e meios complementares de diagnóstico além de outros
serviços de apoio, bem como a grande maioria das valências médico-cirúrgicas e
a Unidade 2, no antigo Hospital
Comendador Manuel Moreira de Barros, dista cerca de cinco quilómetros da
Unidade 1, localizando-se nesta o serviço de Ortopedia, Departamento
Materno-Infantil, com as valências de Medicina de Reprodução;
Obstetrícia/Ginecologia; Pediatria; Neonatologia e Cirurgia Pediátrica.
Em Espinho,
localiza-se a Unidade 3 – antigo Hospital
Nª Sª da Ajuda – a cerca de 15 Kms da Unidade 1. Com a fusão no CHVNG/E, passou
a ter duas Unidades, respetivamente de Convalescença e a Unidade de Cirurgia
Ambulatória, tendo também disponíveis, consultas externas de várias
especialidades.
Assim,
e de acordo com um relatório solicitado pelo Ministério da Saúde e pago por
todos nós, fará sentido concentrar no Porto (Centro Hospitalar S. João e no
Centro Hospitalar do Porto), os dois únicos Serviços de Urgência Polivalente?
Tendo
em consideração que o Centro Hospitalar de Gaia/Espinho, serve cerca
de 700.000 habitantes, não fará sentido a manutenção do Serviços
de Urgência Polivalente? (sem a sua desclassificação a urgência
médico-cirúrgica, perdendo por isso a prestação de cuidados de saúde à
população abrangida)
Será
que os técnicos (economicistas) que elaboraram o respetivo Relatório, apenas
tiveram em consideração a prestação de cuidados mínimos de saúde tendo
desvalorizado o facto da elevada percentagem de pessoas com mais de 65 anos,
que habita na área de influência do Centro Hospitalar de Gaia/Espinho?
Será
que o Sr. Ministro da Saúde perante tal “estudo”, vai implementar as conclusões
do mesmo ou vai manter o que já referiu publicamente, ou seja, a manutenção do
Serviço de Urgência Polivalente no Centro Hospitalar Gaia/Espinho?
Finalmente
será a manutenção ou não do Serviço de Urgência Polivalente, uma questão política?
(entre o CHVNG/E e o Hospital St.º António).
Por
todas estas razões vou continuar atento em defesa da manutenção do Serviço de
Urgência Polivalente no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho.
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