Nesta crónica,
abordo um tema muito falado na “praça pública”, ao longo de toda a semana e
para o qual o governo tem dois pesos e duas medidas.
Na passada semana, os portugueses ficaram a
saber que apesar das previsões do Governo, mais uma vez, falharem os
compromissos assumidos com a troica, (pela facto da dívida pública, ter
ascendido a quase mais 30 milhões de
euros, do que o previsto), o governo “deu uma ajuda” na diminuição do maior
flagelo da atualidade, que é o desemprego.
Numa época em
que o governo assume uma urgente e
drástica redução do número de funcionários públicos e constatando-se que
a taxa de desemprego, atingiu pela primeira vez, em toda a história, o valor de
18,6%, o Secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, de acordo com o
Diário da República, nomeou dois “técnicos especialistas”, um com 21 e o outro
com 22 anos, tendo o primeiro terminado a licenciatura em economia no ano 2012
e o segundo depois de ter terminado a licenciatura em economia, está a concluir
o mestrado em administração de empresas, auferindo cada um deles, o valor de
995,51 euros.
Em sequência
de uma auditoria do Tribunal Constitucional realizada aos gabinetes
ministeriais questiona “o grau de experiência profissional” dos 164
especialistas até agora contratados para os vários gabinetes ministeriais, uma
vez que 25 deles têm entre os 24 e os 29 anos de idade.
O mesmo
relatório alerta para a “flexibilidade remuneratória” destes contratados, uma
vez que o salário dos especialistas a exercer funções nos gabinetes ministeriais,
não pode ultrapassar o valor dos adjuntos: 3.069€. Mas, e porque o salário
depende do despacho e uma vez que estes podem optar pela remuneração de origem,
10 especialistas ganham mais do que o chefe de gabinete, recebendo este, por
mês 3.892€.
Ao mesmo tempo
que isto acontece, verificamos que um outro cidadão, Jorge Silva Carvalho, que
era funcionário público, que pediu uma licença sem vencimento, está prestes a
deixar de ser desempregado, uma vez que o primeiro-ministro e o ministro das
finanças, assinaram um despacho a “determinar a criação de uma vaga” para que o
mesmo possa ser incluído na Presidência do Conselho de Ministros.
É pena que o
governo, para uns, proponha a rescisão por mútuo acordo, para outros, os
coloque no quadro de mobilidade (durante 2 anos), tudo isto em nome da redução
do número de funcionários públicos, não em nome da eficiência da prestação de
serviço público e para muito poucos, seja o próprio governo a nomear ou a criar
lugares.
Será que todos os desempregados do país, (que contribuíram com os seus impostos para o Estado) não têm o direito de solicitar ao governo, a criação de uma vaga, num qualquer ministério, promovendo dessa forma a diminuição do desemprego?
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