Apesar de continuarmos a
saber que somos “bons alunos” e apesar das enormes dificuldades que cidadãos,
famílias e empresas estão a sentir, o certo é que resultados ainda não se
vislumbram.
Os técnicos da Comissão
Europeia (CE), do Banco Central Europeu (BCE) e do Fundo Monetário
Internacional (FMI), dizem-nos que “em termos gerais, a execução do programa
continua no bom caminho”.
No entanto, o
enfraquecimento da procura das exportações, em especial por parte da zona euro,
a falta de confiança e a dívida acumulada do setor privado estão a provocar
ventos contrários à atividade económica que se têm revelado mais fortes do que
fora previsto. Tal como nas avaliações precedentes, as opções políticas e a
execução do programa foram reavaliadas em função das novas circunstâncias.
Embora a recessão seja
mais profunda do que o esperado, o crescimento real do PIB diminuiu
acentuadamente no último trimestre de 2012, tendo o PIB real decaído 3,2 % em
2012. As projeções apontam agora para que a atividade económica decresça 2,3 %
em 2013, com a economia a regressar a um crescimento para o final do ano, vindo
a crescer 0,6 % em 2014. Refletindo a redução da atividade, o desemprego poderá
atingir um máximo superior a 18 %.
Afinal, para quem não
queria pedir “nem mais tempo, nem mais dinheiro”, verifica-se agora, que o
Governo solicitou – e as equipas da CE, do BCE e do FMI concordaram – a revisão
dos objetivos em matéria de défice de 4,5 % para 5,5 % do PIB em 2013, e de 2,5
% para 4 % do PIB em 2014.
O objetivo em matéria de
défice para 2015 (2,5 % do PIB) ficará abaixo do limite de 3 % do Pacto de
Estabilidade e Crescimento, espera-se…
Os objetivos agora
definidos, serão apoiados por um esforço de consolidação permanente. O Governo
comprometeu-se a racionalizar e a modernizar a administração pública, a melhorar
a sustentabilidade do sistema de pensões e a efetuar maiores reduções de custos
em todos os ministérios. As reformas do setor público continuarão a reforçar a
gestão financeira, a combater a evasão fiscal, a reestruturar as empresas
públicas e a reduzir os custos das parcerias público-privadas.
Apesar da recapitalização
do setor bancário é necessário que se criem novos mecanismos para a
reestruturação das dívidas das empresas e das famílias, as PME, que confrontam-se
com elevadas taxas nos empréstimos bancários.
A presente sétima missão
de avaliação confirma que a dívida pública atingirá agora um máximo de 124 % do
PIB, permanecendo sustentável.
De salientar que o programa
do Governo é apoiado por empréstimos da União Europeia, no montante de 52 mil
milhões de euros, e do FMI, ao abrigo do Mecanismo Alargado de Financiamento,
no montante de 26 mil milhões de euros.
A conclusão da presente
avaliação poderá ter lugar em maio, dependendo da aprovação do ECOFIN e do
Eurogrupo bem como do Conselho de Administração do FMI, e permitirá o
desembolso de 2 mil milhões de euros.
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