Nesta minha crónica, gostaria de
partilhar consigo algumas das minhas preocupações sociais.
Assim, e de acordo com o Eurostat –
gabinete oficial de estatística da União Europeia – em 2011, 1 em cada 4 portugueses, corria o risco
de pobreza e/ou de exclusão social, (hoje a situação provavelmente, será bem
mais grave).
Em Portugal os grupos mais vulneráveis à pobreza e
exclusão social são as crianças e jovens com menos de 18 anos de idade, com uma
percentagem de 28,6%, seguida dos idosos, com mais de 65 anos, onde esse valor atinge
os 24,5%.
Por
outro lado e segundo as últimas previsões da Comissão Europeia, Portugal surge
como o país da Europa que mais cortou na despesa social em 2011 e 2012. Trata-se
de um corte de 3,7 mil milhões de euros, valor próximo dos quatro mil milhões
que o Governo pretende cortar na despesa do Estado até 2014.
Os
sucessivos “cortes” em prestações sociais e nos benefícios sociais, como o subsídio
de desemprego e o Rendimento Social de Inserção (RSI), comprova o abrupto
empobrecimento dos portugueses e dentro destes, das “franjas” mais carenciadas
da nossa população.
Eis
algumas consequências notórias da elevada taxa de desemprego (ao ter atingido,
pela primeira vez, os 17,6%, em janeiro do corrente ano) e da aplicabilidade
das novas regras de atribuição do RSI:
-
Atendendo a que quem está a receber o RSI, caso tenham filhos menores em idade
escolar, têm que os ter a estudar (para que possam continuar a receber o RSI),
com as novas regras de atribuição deste rendimento, e atendendo à brutal diminuição de
atribuição do mesmo, está a originar que muitas crianças deixem de frequentar as
aulas e tenham que andar a mendigar nas ruas;
- Atendendo
à feroz redução do valor de atribuição do RSI, está a originar que crianças
deixem de frequentar a escola uma vez que os pais não têm dinheiro para pagar
os passes;
-
Verifica-se ainda, um crescimento exponencial nos casos de emergência social
verificados nas escolas.
Mas, ao mesmo que no nosso País, aumenta
o número de portugueses que correm o risco de pobreza e exclusão social, os
partidos que suportam o Governo, aprovaram, no passado dia 25 de fevereiro, a
privatização de um bem comum – a água.
Além
disto assistimos à opinião de um economista que negociou o memorando de
entendimento com a troica, Eduardo Catroga, a defender a dispensa
de funcionários públicos bem como a revisão das regras para a idade da reforma.
Será
que estamos a criar uma sociedade mais justa?
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