Aníbal Cavaco Silva, apesar de se intitular economista e de não ser político, eis o seu percurso político-partidário:
Em 1980, foi designado Ministro de Finanças: uma pasta à medida do antigo aluno brilhante, vindo de uma família modesta, licenciado e doutorado em Economia;
Em 1985, foi nomeado Secretário-geral do partido, e ganhou, a seguir, as Eleições Legislativas, tendo sido Primeiro-ministro do X Governo Constitucional;
Cavaco Silva foi reeleito pelo PSD, em 1987, com maioria absoluta no Parlamento, tendo mantido as funções de Primeiro-ministro, no XI Governo Constitucional,
Em 1991, repetiu o feito, tendo sido Primeiro-ministro do XII Governo Constitucional, novamente com maioria absoluta. Ou seja, foi Primeiro-ministro de 1985 a 1995….
Neste período, Portugal aderiu à União Europeia, ex-CEE, em 1986 e viveu, a partir de então, um longo período de estabilidade política, com um ciclo de grandes transformações económicas, sociais e de modernização do país, (rede viária, fundamentalmente…)
Com a chegada da crise económica europeia, em 1993, e o desgaste do poder, levaram-no a renunciar a um novo mandato e a fazer uma mudança de rumo.
Em 1996, lançou-se na corrida à Presidência da República. Mas perdeu frente ao ex-presidente da Câmara Municipal de Lisboa e candidato do Partido Socialista, Dr. Jorge Sampaio.
Candidatou-se à Presidência da República, em 2006, tendo obtido uma vitória imediata.
Em Fevereiro de 2011, foi reeleito para mais um e último mandato Presidencial, até 2016.
Depois desta síntese podemos concluir, que o actual Presidente da República, apesar de não ser político, exerceu o cargo de Ministro das Finanças; foi Primeiro-ministro, durante 10 anos além de contar com mais 5 anos, como Presidente da República.
Portugal está hoje a pagar a factura de alguns excessos cometidos nos tempos de “vacas gordas”, que curiosamente tiveram o seu inicio….nos Governos do Prof. Cavaco, vejamos: em que anos se verificou um “boom” na Administração Pública? hoje o Presidente da República, refere:
"Aumentar a eficiência e a transparência do Estado e reduzir o peso da despesa pública são prioridades não apenas de natureza estrutural, mas também conjuntural".
Qual a atitude tomada pelo Governo de Cavaco Silva, contra a contestação popular na Ponte 25 de Abril? O envio da polícia de choque…. E agora ouvimos Cavaco Silva, incentivar à contestação popular…
Já para não abordar as taxas de juro à habitação superior a 15%, entre 1985/95, ou as taxas de inflação, bem superiores às actuais….
Para finalizar diria que o discurso de tomada de posse, do Presidente da República, veio pôr a nú o ambiente que se tem vindo a depauperar, desde 2009, entre ele e o Governo.
Última nota, a atitude de Cavaco Silva está em linha, com o ditado popular português, “Olha para o que eu digo, mas não olhes para o que eu ….” fiz.
Enfim, mudam-se os tempos, mudam-se as vontades…
Sem comentários:
Enviar um comentário