Pouco passava das 9,30 horas da manhã, quando foi sentida a maior catástrofe natural que alguma vez ocorreu em Portugal - Terramoto de 1755, em Lisboa – que durante apenas 17 intermináveis minutos e com apenas três réplicas tendo o abalo mais forte durado somente 7 minutos, atingiu o grau 8,6 na Escala de Richter, tendo provocado entre 20 a 30 mil mortes.
Por ser sábado e Dia de Todos os Santos, “dia de guarda” (como se chamava dantes aos feriados religiosos), as pessoas tinham acordado muito cedo para irem à missa, havendo muitas velas acesas nas casas e nos altares das igrejas. Além disso, o dia estava frio, o que fez com que as pessoas tivessem deixado as lareiras acesas em suas casas.
Em toda a cidade de Lisboa começaram a ruir casas e prédios, muitas pessoas ficaram soterradas nas igrejas onde estavam a assistir à missa.
O cais da cidade afundou-se completamente, tendo o Rio Tejo invadido a cidade.
O epicentro deste terrível Terramoto, não é ainda hoje conhecido com precisão, havendo diversos sismólogos que propõem locais distanciados de centenas de quilómetros. No entanto, todos convergem para um epicentro no mar, entre 150 a 500 quilómetros a Sudoeste de Lisboa. Devido a um forte sismo, ocorrido em 1969 no Banco de Gorringe, a 200 Kms de Sagres; a Falha da Ferradura, situada num dos extremos do banco de Gorringe e a Falha do Marquês de Pombal, localizada a 100 Kms de Sagres.
À destruição em terra, seguiu-se a provocada por um violento incêndio e, como se isso não bastasse, por um tsunami. Ondas “gigantes”, com 10-12 metros, galgaram a costa portuguesa, desde o Algarve até à costa oeste, tendo na capital, entrado 250 metros Nas zonas não afectadas pelo tsunami, o fogo e os incêndios duraram, pelo menos, 5 dias (pois, todos tinham fugido e não havia quem os apagasse…).
Durante 3 dias, os abalos e os incêndios não pararam. O Terramoto destruiu a baixa de Lisboa e fez ruir casas, igrejas e monumentos públicos, num total de 10 mil edifícios…
Dos sobreviventes, o mais ilustre, Rei D. José I, ficou tão traumatizado com o acontecimento que não mais voltaria a dormir sob tecto, tendo-se instalado numa tenda nos terrenos da Ajuda, tendo esta ficado designada como “barraca real”.
Outro dos sobreviventes, foi Sebastião José de Carvalho e Melo – Marquês do Pombal, que foi incumbido, pelo Rei de reconstruir Lisboa e ao que parece “mandou enterrar os mortos e cuidar dos vivos”. Estes, foram sepultados em valas comuns e cobertos de alcatrão, para evitar epidemias – até hoje, não se deu com nenhuma dessas valas comuns.
Sob a orientação do Eng. Manuel da Maia, reconstruiu-se a cidade de Lisboa, procurando prevenir o risco sísmico futuro (com o sistema de gaiolas) tendo-se definido um novo reordenamento do território.