Com a realização das eleições autárquicas, no passado dia 11 de Outubro e após “consulta popular”, o que “mudou” no panorama político Concelhio?
Efectuando uma análise “fria” aos resultados das eleições autárquicas, estes, vieram demonstrar o seguinte panorama político:
- o Partido Socialista (PS) perdeu três dos seus “bastiões”, nomeadamente: a Vila de Avintes; a Vila de Canelas e a Vila da Madalena, para a Coligação “Gaia na Frente” (PSD/PP/Ind.);
- o PS manteve o número de Vereadores (3);
- a Coligação (PSD/PP/Ind.) perdeu a Freguesia de Valadares, para o PS;
- a Coligação Democrática Unitária (CDU) perdeu votos em várias Assembleias de Freguesia, perdeu um lugar na Assembleia Municipal e ficou sem a única representante na Câmara;
- o Partido Popular (PP) perdeu influência eleitoral, pois deixou de exercer a Presidência da Assembleia Municipal;
- o Bloco de Esquerda (BE), falhou redondamente os seus objectivos, ao não eleger o número pretendido de representantes desta força política nas várias Assembleias de Freguesia, (onde concorreu); na Assembleia Municipal e na Câmara Municipal.
Tudo isto é o resultado de:
a) Investimentos públicos e privados que o Presidente de câmara – candidato PSD/PP- reivindica a seu favor quando, efectivamente, as obras (e os custos) são de outros, nomeadamente do Governo da República, por exº: caso das vias de ligação, respectivamente IC 29 e A 44 ou do POLIS; ou de privados, como a construção do Cais de Gaia;
b) Ciclo Eleitoral, ou seja, no mandato que decorreu de 2005 a 2009, o executivo municipal limitou-se a efectuar gestão nos primeiros dois anos de mandato, tendo deixado as inaugurações para o ano de 2009, foi assim o caso da requalificação da frente de mar Canidelo/ Madalena, da abertura de novas vias municipais, etc;
c) Estratégia de “asfixiamento financeiro” efectuado a 5 Freguesias, lideradas por eleitos do PS, respectivamente: Avintes, Canelas, Oliveira do Douro, Olival e Madalena, tendo esta estratégia penalizado as populações destas Freguesias, não só atendendo ao “asfixiamento financeiro”, como à não realização de obras municipais;
d) Imprensa concelhia, uma vez que esta não é toda apoiada da mesma forma pelo poder camarário, independentemente do que escrevem, o que dificulta a divulgação/informação de outras ideias, propostas, projectos de outros agentes políticos, que não os do “poder”. Uma vez que, se a imprensa municipal der “cobertura” a outros agentes políticos (que não os do poder) poderão deixar de poder contar com apoios, nomeadamente financeiros ;
e)Programas eleitorais. Se atentarmos nos programas eleitorais, verificamos que estes são lidos por um número ínfimo dos eleitores gaienses. Aliás, verificamos que o programa “vencedor” apresenta 48 Projectos para os próximos 48 meses ... só resta, pois, após a tomada de posse, começar a cumprir… antes que se “perca” um mês….
f) O número “hiper-excessivo” de assessores da Câmara, de algumas empresas municipais e afins, estes para “justificarem” o seu lugar, durante o período de campanha eleitoral, acompanharam o candidato do PSD/PP, continuando a usufruir de “benesses” pagas principescamente pelo erário público, ou seja, através dos nossos impostos, nomeadamente viaturas, telemóveis , etc…
Para concluir esta crónica, diria que os grandes vencedores, foram aqueles que, num dia de sol, preferiram que outros escolhessem os “seus” representantes para os próximos quatro anos, ficando, assim, com tempo livre para poderem usufruir do “merecido” dia de descanso.
Até breve,
Sr. José Carlos Cidade (o título de Doutor, apesar de hoje em dia ser utilizado em vão, não deve figurar no seu caso, visto que não é possuidor de nenhum Doutoramento, nem é licenciado em Medicina), acho esta sua intervenção bastante caricata, piadética até. Como morador e eleitor da freguesia da Madalena, basta-me pegar no panfleto que fez questão de distribuir já após ter perdido as eleições locais para ver que reclama para si mesmo a autoria e responsabilidade de determinadas obras ainda não realizadas como a reabilitação da rede viária da Madalena (sendo que a Rua António Franscisco de Sousa, uma das mais afectadas, é uma rua municipal); a reabilitação da orla marítima da Madalena (esta nem tenho a certeza se é da responsabilidade do município ou do governo central, mas da sua não é de certeza) entre outras. Sobre este assunto tenho apenas a dizer o seguinte: quem tem telhados de vidro não deve atirar pedras ao do vizinho. Antes de começar a dizer que as obras X e Y não são da Câmara, não reclame para si a responsabilidade de obras que também não são suas. De facto, a única diferença que consigo ver é que, o executivo da Câmara, apesar de tais obras não serem suas, teve a competência e o savoir-faire político para levar essas obras a bom porto, coisa que o Sr e o seu antecessor, nas décadas que tiveram à frente da freguesia da Madalena, nunca tiveram, fosse por incompetência ou por estar mais preocupado em comprar guerras desnecessárias e inúteis com o executivo da Câmara, guerras essas que em nada favoreceram a freguesia da Madalena e os Madalenses, pelo contrário. Lamento dizer-lhe que, contrariando a sua auto-proclamação de Salvador dos Interesses dos Madalenses, os Madalenses vêem-no como a causa do progressivo sub-desenvolvimento da freguesia e distanciamento do resto das freguesias de Vila Nova de Gaia.
ResponderEliminarPara terminar, e aproveitando o facto de o Sr dizer que os verdadeiros vencedores foram os que ficaram a usufruir do dia de Sol em vez de ir votar, acho essa sua opinião verdadeiramente anti-democrática e que demonstra um mau perder perante os resultados indubitáveis. Dir-lhe-ia mais, para a próxima, em vez de o Sr e a sua esposa passarem o dia de Sol cada um em frente a uma secção de voto a cumprimentar muito calorosamente todos os eleitores que lá se dirigiam, num acto visto por muitos como uma tentativa desesperada de apelar ao voto em si apesar de ser proibido fazer campanha em dia de eleições, usufruam os senhores desse dia de descanso.
Sem mais assunto e com os meus melhores cumprimentos,
um verdadeiro Madalenense