sexta-feira, 29 de março de 2013

Afinal, o desemprego está a diminuir…

Nesta crónica, abordo um tema muito falado na “praça pública”, ao longo de toda a semana e para o qual o governo tem dois pesos e duas medidas.

Na passada semana, os portugueses ficaram a saber que apesar das previsões do Governo, mais uma vez, falharem os compromissos assumidos com a troica, (pela facto da dívida pública, ter ascendido a quase mais 30 milhões de euros, do que o previsto), o governo “deu uma ajuda” na diminuição do maior flagelo da atualidade, que é o desemprego.

Numa época em que o governo assume uma urgente e  drástica redução do número de funcionários públicos e constatando-se que a taxa de desemprego, atingiu pela primeira vez, em toda a história, o valor de 18,6%, o Secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, de acordo com o Diário da República, nomeou dois “técnicos especialistas”, um com 21 e o outro com 22 anos, tendo o primeiro terminado a licenciatura em economia no ano 2012 e o segundo depois de ter terminado a licenciatura em economia, está a concluir o mestrado em administração de empresas, auferindo cada um deles, o valor de 995,51 euros.

Em sequência de uma auditoria do Tribunal Constitucional realizada aos gabinetes ministeriais questiona “o grau de experiência profissional” dos 164 especialistas até agora contratados para os vários gabinetes ministeriais, uma vez que 25 deles têm entre os 24 e os 29 anos de idade.

O mesmo relatório alerta para a “flexibilidade remuneratória” destes contratados, uma vez que o salário dos especialistas a exercer funções nos gabinetes ministeriais, não pode ultrapassar o valor dos adjuntos: 3.069€. Mas, e porque o salário depende do despacho e uma vez que estes podem optar pela remuneração de origem, 10 especialistas ganham mais do que o chefe de gabinete, recebendo este, por mês 3.892€.

Ao mesmo tempo que isto acontece, verificamos que um outro cidadão, Jorge Silva Carvalho, que era funcionário público, que pediu uma licença sem vencimento, está prestes a deixar de ser desempregado, uma vez que o primeiro-ministro e o ministro das finanças, assinaram um despacho a “determinar a criação de uma vaga” para que o mesmo possa ser incluído na Presidência do Conselho de Ministros.

É pena que o governo, para uns, proponha a rescisão por mútuo acordo, para outros, os coloque no quadro de mobilidade (durante 2 anos), tudo isto em nome da redução do número de funcionários públicos, não em nome da eficiência da prestação de serviço público e para muito poucos, seja o próprio governo a nomear ou a criar lugares.


Será que todos os desempregados do país, (que contribuíram com os seus impostos para o Estado) não têm o direito de solicitar ao governo, a criação de uma vaga, num qualquer ministério, promovendo dessa forma a diminuição do desemprego?

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