domingo, 8 de julho de 2012

O número dos “coisos” em Gaia

Gaia é o terceiro município mais populoso do País, com 302 mil habitantes.
De acordo com dados públicos, o desemprego em Gaia duplicou nos anos de 2001 a 2011, sendo atualmente o número de “coisos” (desempregados) de 31 mil, ou seja, cerca de 10,3% do número total de habitantes em Gaia, sendo o mais elevado número de desempregados, desde sempre, do distrito do Porto, da região Norte e do País.

Certamente que este flagelo social tem uma série de explicações, entre as quais uma, nada despiciente, que se prende provavelmente, com o facto de não haver uma efetiva e verdadeira preocupação política com o emprego, nem com as condições de trabalho dos Gaienses, por parte dos responsáveis municipais.
De acordo com dados tornados públicos, as características dos desempregados de Gaia, são as seguintes: mão-de-obra não qualificada, baixo grau de habilitações literárias e, na sua maioria, desempregados de longa duração, (há mais de um ano), tudo isto faz um compósito que faz com que seja muito difícil a estes desempregados regressarem, num curto espaço de tempo, ao mercado de trabalho.
Atendendo que, quando o município consegue atrair investimento privado, criando postos de trabalho, os “louros” vão para o município, numa altura em que quase todos os dias o número de desempregados em Gaia aumenta, é justo perguntar, o que é que o município tem feito para debelar este flagelo?
Recordo, aliás, que mesmo quando há captação de investimento, com a consequente criação de postos de trabalho, verificamos que o pessoal operacional/auxiliar é do município, mas os cargos de chefias são oriundos de municípios da Área Metropolitana do Porto, o que vem dar sustentabilidade ao acima referido sobre as características dos desempregados do município de Gaia.

Mas, voltando ao papel catalisador do município em minimizar o número de “coisos” e de estar preocupado com a taxa de empregabilidade dos seus concidadãos, seria bom que Gaia tivesse, à semelhança de outros municípios, políticas locais de emprego geradoras de emprego, políticas que incrementassem a criação de emprego de nano, micro ou pequenas empresas, bem como, políticas de incentivo à criação do autoemprego.
Será que os valores cobrados, pelo município, a uma empresa de jovens empreendedores, que pretendam instalar-se e criar postos de trabalho, numa qualquer zona industrial do município; tem o mesmo custo em Gaia do que, por exemplo, em Santa Maria da Feira, Matosinhos, Maia ou Vila do Conde?
Será que os custos indiretos associados, com taxa de IMI, consumo de água, taxa de saneamento indexada, acessibilidades, entre outros fatores, não são considerados e levados em conta, aquando da instalação de uma unidade industrial em Gaia?
Será que em vez de se lançarem pontes e túneis para os próximos 15 anos, não será mais importante, no imediato, tratar das condições de empregabilidade dos gaienses e da necessária redução da taxa de desemprego, em Gaia?


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